quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ao ser reconhecido pela Organização Mundial de Comércio Justo (World Fair Trade Organization) como uma instituição que segue os princípios do comércio justo, a partir de 2006 o ArteSol passou a atuar mais intensamente na difusão desses princípios não só entre os artesãos, mas também entre seus parceiros e clientes.
Nos projetos implementados pelo Artesanato Solidário/ArteSol são desenvolvidas ações de capacitação em diversas áreas que transformam o saber-fazer tradicional em oportunidade de geração de trabalho e renda respeitando boas condições de trabalho, igualdade de gênero, proibição do trabalho infantil e respeito ao meio ambiente.
Além das ações formativas, o Artesanato Solidário também atua na comercialização dos produtos dos grupos de artesãos por meio da Central ArteSol, uma vez que encara o comércio como uma ferramenta fundamental para a redução da pobreza e para a conquista de um maior desenvolvimento sustentável.
Diante da tendência do mercado por produtos de artesanato que valorizem e expressem a diversidade cultural, além de serem socialmente responsáveis, a Central ArteSol promove os princípios do comércio justo também no processo de comercialização, garantindo transparência e confiabilidade em toda a cadeia comercial, não mantendo exclusividade de compra e cumprindo pagamento justo aos grupos produtores de artesanato.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Economia Solidária faz parte dos 50 anos de Osasco
No Sábado a noite, dia 19, aconteceu a Festa dos 50 anos da cidade de Osasco e parte da equipe da Economia Solidária participou.
Além de colocar as peças e alimentos à venda, puderam se divertir, confraternizar, foliar e isso é muito bom.














domingo, 19 de fevereiro de 2012

Mulheres Solidárias
Bom dia. Feliz e abençoado  domingo a todos...
Eu estava agora pela manhã, fazendo uma pesquisa na internet e acabei me deparando com esse vídeo que mostra a criatividade, força e união das mulheres que decidiram fazer tarefas juntas.
Gostei muito e decidi compartilhar.

Hoje o dia todo, por conta do aniversário da cidade de Osasco, o pessoal da Economia Solidária  está reunido numa feira no Parque Chico Mendes.
Que essa economia Justa e Solidária perdure e traga sucesso a todos.
Feliz Domingo.
Inté a próxima.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Comércio Justo e Solidário

Aconteceu no dia 08 desse mês ,reunião pra discussão  sobre o local onde teremos o Comércio Justo e Solidário. Osasco está avançando e a Rede de Economia Solidária deverá ter um local pra comercialização dos produtos. Temos verbas pra compra de equipamentos e a manutenção do espaço será por conta dos envolvidos.
Estamos numa fase de discussões e em breve teremos então o local adequado pra que toda a Rede possa participar e a população ter um local pra compras diferenciadas.
Estamos todos muito animados.

















terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Economia Solidária: uma estratégia de construção do socialismo


1. A economia solidária cresceu no Brasil e na América Latina em meio a resistência da classe trabalhadora a implementação do projeto neoliberal durante o final da década de 80 e, especialmente, durante os anos 90, período em que eram hegemônicos os governos alinhados com o neoliberalismo na América Latina.
2. Diante do fechamento de fábricas, do crescimento das demissões, do empobrecimento no campo e na cidade, da flexibilização trabalhista e da diminuição do Estado, resultantes das políticas neoliberais, trabalhadoras e trabalhadores se auto-organizaram e por meio da economia solidária construíram saídas coletivas para estas situações.
3. Sob o manto da economia solidária, fábricas foram recuperadas pelos/as trabalhadores/as, cooperativas populares foram constituídas como alternativa de geração de trabalho e renda, bancos comunitários e fundos rotativos solidários ampliaram a oferta de crédito popular e o tema desenvolvimento local sustentável solidário ampliou seu espaço na pauta das organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Considerando que essa situação atinge de forma diferenciadas homens e mulheres, tendo em vista que com políticas neoliberais e a redução do estado sobram para as mulheres o cuidado com a saúde, educação e toda a sustentabilidade da vida humana.
4. No campo das políticas públicas, a economia solidária surgiu como resposta a crise social, ganhou espaço em governos democráticos e populares durante a década de 90 e início dos 2000 e assumiu status de política nacional com a chegada do PT no Governo Federal.
5. Mais do que instrumento de combate a pobreza ou de geração de trabalho e renda, estas políticas tem cumprido importante papel no fortalecimento da organização econômica e social e na elevação da consciência de trabalhadores e trabalhadoras de diferentes regiões do país e também da América Latina.
6. A criação de políticas públicas de economia solidária no âmbito do Estado, que apóiam a auto-organização dos/as trabalhadores/as, representa a possibilidade de reequilibrar as condições de disputa de poder na sociedade, uma vez que o Estado foi o principal financiador do capital ao longo da história do Brasil.
7. A combinação entre políticas de democratização do Estado (orçamento participativo, conselhos, referendos, plebiscitos e espaços de participação direta dos cidadãos) e de democratização da economia (apoio estatal a organização coletiva do trabalho, preferência nas compras públicas para empreendimentos coletivos, ampliação do microcrédito, dos bancos comunitários, apoio a inovação tecnológica nestes empreendimentos etc.) é fundamental para a construção de uma América Latina soberana, justa, solidária e socialista.
8. Brasil, Venezuela, Colômbia, Chile, Uruguai, Argentina, Republica Dominicana, Equador, Peru e Bolívia já tem políticas públicas que reconhecem e apóiam a organização dos/as trabalhadores/as em empreendimentos econômicos solidários.
9. Este ambiente tem possibilitado uma maior integração dos/as militantes e trabalhadores/as da economia solidária na América Latina, o que permite construir pautas de luta comuns e fortalecer a organização de empreendimentos econômicos solidários nesta região.
10. No Brasil e em muitos países da América Latina a economia solidária vem se mostrando uma alternativa real de ampliação da participação dos/as trabalhadores/as na economia, trazendo a possibilidade de aproximar setores da classe trabalhadora que se encontram na chamada “economia formal” com a multidão de trabalhadores/as que se encontram na “economia informal”. O acumulo da economia feminista e abordagem da divisão sexual do trabalho, que tem evidenciado o trabalho doméstico e do cuidado como parte determinante e mantenedora de mão de obra e do bem viver e a consciência de necessidade de socialização do trabalho do cuidado com os homens e a sociedade como passos firmes rumo a superação do capitalismo.
11. Esta aproximação é fundamental para construção da unidade dos/as trabalhadores/as entorno de um projeto socialista que se apresente como saída para a crise internacional.
12. Esta crise trouxe de volta a cena políticas Keynesianistas, recolocando com força em debate o papel do Estado na condução de setores estratégicos da economia, bem como a sua função de regulação da economia e do mercado. Nesse contexto, abre-se espaço para uma ação mais ofensiva do Estado no sentido de ampliar a participação dos/as trabalhodores/as auto-organizados/as em empreendimentos econômicos solidários na economia do país.
13. Um outro elemento reforçado pela crise internacional é a compreensão de que embora seja fundamental a disputa e a conquista do Estado para a construção do socialismo, somente isso não é suficiente. Faz-se necessário também, além do fortalecimento das organizações sociais, a ampliação da participação dos/as trabalhadores/as na economia.
14. Só para exemplificar, em meio a crise, enquanto as empresas capitalistas demitem, mesmo contando com subsídios do Estado, as empresas geridas pelos/as trabalhadores/as no Brasil constroem coletivamente com seus trabalhadores/as soluções que permitem assegurar o trabalho de todos/as nos seus empreendimentos.
15. O Governo do Brasil tem inovado no enfrentamento a crise, protagonizando medidas que demonstram a sociedade brasileira o real papel que deve ser cumprido pelo Estado na organização e fortalecimento da economia de um país
16. Estas medidas, que se sustentam principalmente na manutenção dos investimentos para o melhoramento da infra-estrutura do país (PAC) e na ampliação e melhora das condições para o acesso ao crédito, tem sido fundamentais para que a nossa economia não desabe, a exemplo de outras economias emergentes ou aquelas dos países considerados do primeiro mundo.
17. Mas sem prejuízo destas políticas, acreditamos que o Estado pode ousar ainda mais, tomando medidas que ampliem a participação dos/as trabalhadores/as organizados/as coletivamente na economia, o que a longo prazo contribuiria para melhorar a distribuição de renda e a desconcentração do capital no país e possibilitaria que os trabalhadores/as exercitassem práticas que constroem uma cultura socialista.
18. Nesse sentido, entendemos que as políticas de economia solidária devem ser consideradas como estratégicas na atuação da esquerda socialista frente ao Estado, devendo ter espaço e recursos que a permitam consolidar-se como instrumento de apoio a democratização da economia, pela atuação dos trabalhadores auto-organizados.
19. Acreditamos também que a economia solidária deve ser incorporada como estratégia de organização econômica por outras lutas que compõe a pauta de construção do socialismo, a exemplo do que já ocorre hoje com experiências que integram feminismo e economia solidária, etno-desenvolvimento e economia solidária, tecnologias livres e economia solidária, cultura e economia solidária, dentre outras. 
20. Por ultimo, vale destacar que entendemos que a economia solidária não resolverá as mazelas da sociedade a partir da sua atuação isolada e tampouco é capaz de, sozinha, ofertar a resistência e a ofensividade necessárias a superação do capitalismo.
21. Desta forma, para nós a economia solidária é um projeto socialista que fortalece e possibilita a prática da autogestão pelos trabalhadores e trabalhadoras na economia e no conjunto da sociedade, e por isso deve estar presente na construção e no debate partidário, bem como deve estar integrada a luta geral da classe trabalhadora na sociedade.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

MAI 19, 11Odair Firmino: chama viva de paz e esperança
Com o objetivo de estimular ações de disseminação e divulgação da cultura da solidariedade, além de valorizar experiências de caráter coletivo que defendam e promovam os direitos humanos, a Cáritas Brasileira lançou em 2010 o Prêmio Odair Firmino de Solidariedade. Aprovado por unanimidade durante a 17ª Assembleia Nacional da entidade que foi realizada em 2009, o prêmio também resgata a memória e homenageia um grande personagem que, por cerca de 20 anos, serviu aos mais pobres e oprimidos através dos trabalhos realizados pela Cáritas.
Falecido no dia 5 de julho de 2008, o ex-diretor da entidade, Odair Firmino nasceu em 22 de junho de 1945 na cidade de Ipameri, interior de Goiás. Sua missão, antes como franciscano e mais tarde como agente Cáritas foi incansável diante da exploração, do abandono e da exclusão de pessoas e comunidades. Odair assumiu a causa dos oprimidos e amou-os até o fim, como seu próximo. De acordo com agentes que conviveram no dia-a-dia de seus trabalhos com esta importe personalidade “seu modo de vida, sempre alegre e cheio de esperança fez dele uma pessoa mansa, misericordiosa e pura de coração.” Diante da violência que atinge mais duramente os empobrecidos, Odair Firmino promoveu a paz verdadeira, sempre solidário com os perseguidos em busca de justiça.
Lançado no dia 26 de agosto de 2010 em Brasília (DF), o prêmio faz parte da Semana de Solidariedade promovida todos os anos pela Cáritas Brasileira para comemorar sua data de criação, 12 de novembro de 1956. Para o atual presidente da Cáritas Brasileira e bispo de Jales, Dom Demétrio Valentin, a figura de Odair personifica bem a palavra solidariedade que é a principal bandeira da Cáritas. “A solidariedade está sempre ligada a campanhas que a Cáritas promove. Bastaria brevemente recordar as realizadas este ano (2010) para socorrer vítimas da enchente no norte do Maranhão, no Rio de Janeiro, em Alagoas e Pernambuco, no terremoto no Haiti e no Chile, enfim, em todos esses momentos a Cáritas esteve incumbida de canalizar bem o esforço espontâneo das pessoas, em que brota a solidariedade, e traduzir esse impulso em ações concretas, as quais têm em Odair um exemplo intenso e encantador de simplicidade, de solidariedade com as pessoas com quem ele trabalhava”, afirma Dom Demétrio.
Em depoimento encaminhado à Cáritas, e lido na ocasião do lançamento do prêmio no ano passado, a viúva de Odair Firmino, Dadiva, afirmou que “através da Cáritas, Odair encontrou uma forma de demonstrar seu amor pela Igreja de Cristo”. Apesar da certa concorrência em relação ao tempo que a Cáritas tomava, aos poucos, segundo Dadiva, Odair foi ensinando para sua esposa que a Cáritas era um espaço privilegiado que ele tinha para servir ao outro. “Aprendi, com isso, a amar os trabalhos da Cáritas. Apesar da grande saudade, tenho profunda de gratidão a toda equipe da Cáritas Brasileira, nacional, regional, CNBB – por intermédio de Dom Demétrio – pelo reconhecimento de Odair.” Dadiva ainda acrescentou: “Testemunho, com a grande seriedade, os valores que Odair vivenciou a cada dia em sua atuação na Cáritas e um grande amor que ele sempre teve pela Igreja. A Cáritas foi na vida de Odair uma oportunidade de dar continuidade a seu trabalho efetivo”, garantiu.
Ao todo foram 27 projetos inscritos no I Prêmio Odair Firmino de Solidariedade que representam as cinco regiões do Brasil. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, chegaram experiências de vida, de luta, de resistência, mas acima de tudo, de solidariedade. Com as inscrições encerradas no dia 20 de outubro de 2010, restava a árdua missão dos sete integrantes da comissão julgadora, composta por membros de diferentes entidades e presidida pela Cáritas Brasileira, de escolher, entre as 13 experiências pré-selecionadas regionalmente, os três grandes vencedores.
As 13 experiências finalistas são igualmente relevantes por “testemunharem e anunciarem o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo a vida e participando da construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural, junto com as pessoas de exclusão social.”
A cerimônia de entrega dos troféus, certificados e gratificações em dinheiro, ocorreu no dia 25 de novembro de 2010 no auditório Dom Helder Câmara da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF). O terceiro colocado foi a experiência “Coleta Seletiva Solidária”, da Associação Reciclázaro, de São Paulo (SP). O segundo prêmio foi dado ao projeto “Convivência com a Realidade Semiárida: Promovendo o Acesso a Água, Solidariedade e Cidadania”, do Centro de Educação Popular e Formação Social, do município de Teixeira, na Paraíba. E o primeiro lugar ficou com o projeto “Veredas Vivas”, da Agência 10envolvimento, comunidade Ponte de Mateus, localizada no município de São Desidério, interior da Bahia.
Aconteceu o Fórum e é bom que se saiba o que está acontecendo dentro dessa economia que vem mudando hábitos, aumentando conhecimentos.
Coerente ao principal lema do FST, Um novo mundo é possível, a oficina proposta pelo Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), Educação e cultura na construção de uma economia solidária – realizada durante a tarde na Faculdade de Educação da UFRGS – atraiu cerca de 50 participantes provenientes de dez estados brasileiros. Trata-se, segundo os organizadores, de um número surpreendente, e mostra a força do movimento na sua luta para coletar um milhão e meio de assinaturas em todo o país para a criação, via Congresso Nacional, da Lei da Economia Solidária.
Durante a oficina o ponto crítico das discussões foi estabelecer uma relação entre educação e cultura, pois, afinal, como se vive uma economia solidária? “Autogestão, colaboração, e troca de conhecimentos, tecnologia, saberes e experiências entre os trabalhadores”, explicou uma das organizadoras do evento, a cientista social Rosana Kirsh, da Cáritas Brasileira.
Kirsh – que em 2007 apresentou uma dissertação de mestrado em Sociologia na Universidade de Brasília intitulada Incubação de empreendimentos da economia solidária e as implicações das relações de reciprocidade – salienta que a estratégia do FBES é “a implantação de uma sociedade socialista, via processo democrático, que tenha outros valores que não sejam o consumo desenfreado e a exploração, que estão destruindo o planeta”.
Para tanto, segundo Kirsh, a tática está em fomentar políticas públicas que incrementem uma educação e uma cultura que reforcem os valores coletivos, e a sustentabilidade na produção econômica: “no Brasil a autogestão é um sistema forte. Os casos de empreendimentos vitoriosos – associações e cooperativas, ou até mesmo empresas falidas que, uma vez assumidas pelos trabalhadores, se tornaram rentáveis – são inúmeros”.
Um desses exemplos é o singelo Grupo de beijuzeiras da Tapera Melão, de Irará, Bahia, narrado pela professora Andrea Marques, formado por típicas quitandeiras de uma comunidade quilombola que, organizadas, passaram a fornecer beijus para a merenda escolar. Esta ação ocorreu dentro de uma política reforçar a territorialização cultural, agregando no cardápio alimentar pratos da culinária local. “Elas também souberam diversificar os beijus (panqueca de tapioca), oferecendo várias combinações de molhos e recheios, como o presunto, apreciadíssimos pelos estudantes”, salientou, com ar de gulosidade, a sorridente professora que, pela aparência, parece ser boa de garfo.
Tais coletivos, segundo a pedagoga matogrossense Marta Rodrigues, “são um bom exemplo de uma harmoniosa cadeia produtiva, sem exploradores ou explorados, que começa nos agricultores e termina nos estudantes, reforçando a interação entre educadores e educandos”.
Marta Rodrigues é uma cabocla forte, de coxas grossas, que, aos 36 anos, parece ter saído de um quadro de Cândido Portinari. Originária do MST, ela possui uma pequena propriedade rural no Mato Grosso, onde é professora, e integra a Associação dando às mãos, que reúne produtores rurais em prol da Economia Solidária. Orgulhosa, contou que, antes de vir para o FST, “pegou na enxada e capinou bastante, deixando tudo bonitinho para a sua volta para casa, a escola, os filhos e o marido”. Aqui, disse estar pronta para encontrar a presidente Dilma Rousseff: “a nossa identidade é a nossa força”, sentenciou, esbanjando energia, Marta Rodrigues, uma moderna camponesa brasileira.
Fonte: Jornal Já