sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

MAI 19, 11Odair Firmino: chama viva de paz e esperança
Com o objetivo de estimular ações de disseminação e divulgação da cultura da solidariedade, além de valorizar experiências de caráter coletivo que defendam e promovam os direitos humanos, a Cáritas Brasileira lançou em 2010 o Prêmio Odair Firmino de Solidariedade. Aprovado por unanimidade durante a 17ª Assembleia Nacional da entidade que foi realizada em 2009, o prêmio também resgata a memória e homenageia um grande personagem que, por cerca de 20 anos, serviu aos mais pobres e oprimidos através dos trabalhos realizados pela Cáritas.
Falecido no dia 5 de julho de 2008, o ex-diretor da entidade, Odair Firmino nasceu em 22 de junho de 1945 na cidade de Ipameri, interior de Goiás. Sua missão, antes como franciscano e mais tarde como agente Cáritas foi incansável diante da exploração, do abandono e da exclusão de pessoas e comunidades. Odair assumiu a causa dos oprimidos e amou-os até o fim, como seu próximo. De acordo com agentes que conviveram no dia-a-dia de seus trabalhos com esta importe personalidade “seu modo de vida, sempre alegre e cheio de esperança fez dele uma pessoa mansa, misericordiosa e pura de coração.” Diante da violência que atinge mais duramente os empobrecidos, Odair Firmino promoveu a paz verdadeira, sempre solidário com os perseguidos em busca de justiça.
Lançado no dia 26 de agosto de 2010 em Brasília (DF), o prêmio faz parte da Semana de Solidariedade promovida todos os anos pela Cáritas Brasileira para comemorar sua data de criação, 12 de novembro de 1956. Para o atual presidente da Cáritas Brasileira e bispo de Jales, Dom Demétrio Valentin, a figura de Odair personifica bem a palavra solidariedade que é a principal bandeira da Cáritas. “A solidariedade está sempre ligada a campanhas que a Cáritas promove. Bastaria brevemente recordar as realizadas este ano (2010) para socorrer vítimas da enchente no norte do Maranhão, no Rio de Janeiro, em Alagoas e Pernambuco, no terremoto no Haiti e no Chile, enfim, em todos esses momentos a Cáritas esteve incumbida de canalizar bem o esforço espontâneo das pessoas, em que brota a solidariedade, e traduzir esse impulso em ações concretas, as quais têm em Odair um exemplo intenso e encantador de simplicidade, de solidariedade com as pessoas com quem ele trabalhava”, afirma Dom Demétrio.
Em depoimento encaminhado à Cáritas, e lido na ocasião do lançamento do prêmio no ano passado, a viúva de Odair Firmino, Dadiva, afirmou que “através da Cáritas, Odair encontrou uma forma de demonstrar seu amor pela Igreja de Cristo”. Apesar da certa concorrência em relação ao tempo que a Cáritas tomava, aos poucos, segundo Dadiva, Odair foi ensinando para sua esposa que a Cáritas era um espaço privilegiado que ele tinha para servir ao outro. “Aprendi, com isso, a amar os trabalhos da Cáritas. Apesar da grande saudade, tenho profunda de gratidão a toda equipe da Cáritas Brasileira, nacional, regional, CNBB – por intermédio de Dom Demétrio – pelo reconhecimento de Odair.” Dadiva ainda acrescentou: “Testemunho, com a grande seriedade, os valores que Odair vivenciou a cada dia em sua atuação na Cáritas e um grande amor que ele sempre teve pela Igreja. A Cáritas foi na vida de Odair uma oportunidade de dar continuidade a seu trabalho efetivo”, garantiu.
Ao todo foram 27 projetos inscritos no I Prêmio Odair Firmino de Solidariedade que representam as cinco regiões do Brasil. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, chegaram experiências de vida, de luta, de resistência, mas acima de tudo, de solidariedade. Com as inscrições encerradas no dia 20 de outubro de 2010, restava a árdua missão dos sete integrantes da comissão julgadora, composta por membros de diferentes entidades e presidida pela Cáritas Brasileira, de escolher, entre as 13 experiências pré-selecionadas regionalmente, os três grandes vencedores.
As 13 experiências finalistas são igualmente relevantes por “testemunharem e anunciarem o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo a vida e participando da construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural, junto com as pessoas de exclusão social.”
A cerimônia de entrega dos troféus, certificados e gratificações em dinheiro, ocorreu no dia 25 de novembro de 2010 no auditório Dom Helder Câmara da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF). O terceiro colocado foi a experiência “Coleta Seletiva Solidária”, da Associação Reciclázaro, de São Paulo (SP). O segundo prêmio foi dado ao projeto “Convivência com a Realidade Semiárida: Promovendo o Acesso a Água, Solidariedade e Cidadania”, do Centro de Educação Popular e Formação Social, do município de Teixeira, na Paraíba. E o primeiro lugar ficou com o projeto “Veredas Vivas”, da Agência 10envolvimento, comunidade Ponte de Mateus, localizada no município de São Desidério, interior da Bahia.

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